segunda-feira, 9 de março de 2015

Barack Obama

“Venezuela ameaça segurança dos EUA”

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, emitiu um decreto presidencial nesta segunda-feira, 9, declarando a Venezuela uma ameaça à segurança nacional, impondo sanções a sete pessoas e expressando preocupação sobre o tratamento do governo venezuelano com opositores políticos. O presidente declarou situação de "emergência nacional" pelo "risco extraordinário" que representa a situação nesse país para a segurança dos EUA.

"Autoridades venezuelanas do passado e do presente que violam os direitos humanos de cidadãos venezuelanos e se envolvem em atos de corrupção não são bem-vindas aqui, e agora nós temos as ferramentas para bloquear seus bens e seu uso dos sistemas financeiros nos EUA", disse o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, em comunicado.

"Determino que a situação na Venezuela constitui uma ameaça incomum e extraordinária para a segurança nacional e a política externa dos EUA e declaro uma emergência nacional para lidar com essa ameaça", disse Obama no decreto.

O presidente citou como fatores que levaram à medida "a restrição de liberdades de expressão, o uso da violência, as violações de direitos humanos e os abusos em resposta a protestos antigovernamentais, a detenção arbitrária e a detenção de manifestantes e a crescente presença de uma corrupção pública significativa".

De acordo com o decreto, as sanções atingem sete oficiais venezuelanos que teriam responsabilidade pela "violência contra protestos contra o governo" ou pela "prisão ou perseguição de indivíduos por exercerem seu legítimo exercício de liberdade de expressão", esclareceu o secretário do Tesouro americano, Jack Lew. Os sete funcionários e ex-funcionários venezuelanos terão os bens congelados nos EUA e não poderão entrar no país. 

Na lista estão o ex-diretor da Guarda Nacional Bolivariana e atual comandante da Região Estratégica de Defesa Integral Central (Redi Central), Antonio Benavides; o diretor do Serviço de Inteligência (Sebin), Gustavo González López; a promotora Katherine Haringhton; e o diretor da Polícia Nacional, Manuel Pérez; o presidente da Corporação Venezuelana de Guayana e ex-comandante da Guarda Nacional, Justo Noguera Pietri; o comandante da 31ª brigada armada do Exército, Manuel Bernal Martínez; e o inspetor geral da Forças Armadas, Miguel Vivas Landino.

Paulo Roberto Costa

"Não há doações de campanha,
 só empréstimos a juros altos”


Num dos termos de delação premiada firmados com a Justiça, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa diz que não existem doações para campanhas políticas no Brasil, mas sim empréstimos que são cobrados a juros altos de quem recebeu os recursos para se eleger.

Explicando ao Ministério Público a dinâmica das eleições, o ex-diretor ainda afirma que os gastos oficiais com campanhas representam normalmente um terço do que verdadeiramente é usado nos pleitos, o restante seria proveniente de recursos ilícitos ou não declarados.

 "O depoente menciona que é uma grande falácia afirmar que existe 'doação de campanha' no Brasil, quando na verdade são verdadeiros empréstimos a serem cobrados posteriormente a juros altos dos beneficiários das contribuições quando no exercício dos cargos", diz trecho da delação.

Na linha da troca de favores, Costa também destacou que nas empresas públicas só chegam a cargos de alto comando pessoas indicadas por partidos políticos que, caso não atendam aos interesses das siglas, são "imediatamente" substituídas.

"Uma vez ocupando o cargo de diretor por indicação política, o grupo político sempre demandará algo em troca; [o delator disse também] que toda indicação política no país para os cargos de diretoria pressupõe que o indicado propicie facilidades ao grupo político que o indicou, realizando o desvio de recursos de obras e contratos firmados, pelas empresas e órgãos que esteja vinculado para benefício.

 

Do Blog do Noblat

Governo Dilma se arrisca a acabar mais cedo

Ricardo Nolat*
Então fica combinado assim: em outubro último, mês da eleição presidencial em primeiro e segundo turno, havia crise econômica internacional, segundo Dilma Rousseff, mas crise no Brasil nunquinha.

No passado, quando um tsunami econômico varria o mundo, o então presidente Lula dizia que tudo não passava por aqui de uma “marolinha”. Nem “marolinha” havia no país da candidata à reeleição.

Inflação? Esqueça. Estava sob controle. E jamais deixaria de estar. Sem falar em pleno emprego. Lembra como Dilma enchia a boca para falar do paraíso do pleno emprego?
E do Pronatec! O Protanec viera para ficar, prometeu Dilma também de boca cheia. Como ela parecia se orgulhar do Pronatec!

Por falar nele, está suspenso. Trombou com o país da vida real.
E a obra de integração do rio São Francisco, concebida para acabar com a seca que aflige os nordestinos há tantos séculos?
Obra ambiciosa. Gigantesca. A ser entregue no final deste ano.

Pois sim. Está atrasadíssima. Somente em Pernambuco, no final do ano passado, foram demitidas 2.300 pessoas empregadas na obra. Uma tristeza. Outra mentira da propaganda.
Nada como morar no país da propaganda do PT. Na propaganda de qualquer partido.

Nem que a vaca tossisse, Dilma deixaria que mexessem nos direitos dos trabalhadores.
A vaca não tossiu. Não foi necessário. Mexeram nos direitos. Afinal, para manter o poder, Dilma disse que faria o diabo. E fez.

Agora, pede que tenhamos paciência. Porque os problemas são apenas conjunturais. Porque eles passarão em breve, muito em breve. E ao passarem deixarão um legado de soluções perenes.
Minha nossa senhora. É mentira em cima de mentira.

Minha Casa, Minha Vida era um programa estupendo. Complementado pelo programa Minha Casa Melhor, que financiava a compra do que fosse indispensável para se viver feliz dentro de casa.
Minha Casa Melhor foi interrompido. O governo culpa por isso quem se endividou além do que poderia pagar.

O calendário gregoriano não serve para balizar certas coisas. Por exemplo: este século de fato começou com os atentados do 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos. Antes deles nada de relevante aconteceu.
O segundo governo de Dilma deveria acabar no próximo dia 31 de dezembro de 2018. Pois bem: arrisca-se a acabar mais cedo.

Coluna publicada no jornal O Globo.

Inflação

Mercado prevê 7,7% em 2015

Os investidores e analistas do mercado financeiro voltaram a elevar a expectativa de fechamento da inflação para 2015. Segundo o boletim Focus, pesquisa feita com instituições financeiras divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC), a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerrará o ano em 7,77%, maior do que a previsão de 7,47% na semana anterior. Os preços administrados, aqueles regulados pelo governo - como os da gasolina e da energia - subirão 11,18%. Anteriormente, a estimativa era 11%.

A previsão para o IPCA em 2015 se aproxima da alta acumulada pelo índice no período equivalente a um ano. Na semana passada, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo indicador, divulgou que em fevereiro ele subiu 7,7% no acumulado de 12 meses. Levando em conta apenas o recorte mensal, a alta da inflação foi 1,22% em fevereiro e havia ficado em 1,24% em janeiro. A meta de inflação estipulada pela equipe econômica é 4,5%, com teto de 6,5%. (Agência Brasil)

Crise

Dolar custa R$ 3,10

O dólar abriu com alta firme nesta segunda-feira e há pouco subia quase 2%, refletindo o persistente ambiente de aversão a risco em relação ao País, agravado pela crise política. Para completar, a pesquisa Focus, divulgada mais cedo, mostrou piora em várias projeções, com destaque para o câmbio, IPCA e PIB.

Às 10h20, o dólar subia 1,34%, a R$ 3,091. Na máxima do dia, atingiu R$ 3,109. Na abertura, a moeda era cotada em R$ 3,07.

O Relatório Focus apontou para uma inflação de 7,77% em 2015, uma retração da economia de 0,66% e o dólar cotado em R$ 2,95 no fim do ano.

No front político, após seu discurso em cadeia nacional de rádio e TV ter sido recebido com panelaço e buzinaço em várias capitais brasileiras, a presidente Dilma Rousseff prossegue em seu esforço para minimizar os conflitos com o Congresso.

Transporte coletivo

Carris tem 50 novos ônibus

Foto: PMPA
A partir desta semana, a frota da Carris ganha um reforço com 50 novos veículos em operação e com um aumento de 12 ônibus em circulação, passando de 371 para 383. Trinta e oito carros mais antigos serão desativados. T4, T9 e T11 serão as principais linhas beneficiadas, nas quais o tempo de espera entre as viagens deve ser reduzido.
Os 50 novos ônibus foram entregues à população na manhã desta segunda-feira, 9, pelo prefeito José Fortunati e o diretor-presidente da Carris, Sérgio Zimmermann. No ato, na sede da Companhia, eles fizeram o reconhecimento da frota, que logo em seguida entrou em operação. Treze desses veículos já circulam em Porto Alegre desde fevereiro. “Num momento em que se fala tanto em mobilidade urbana, não podemos negar os avanços do transporte coletivo em Porto Alegre. Precisamos avançar cada vez mais. Mas também temos que considerar que temos hoje um serviço que está entre os melhores do Brasil. Nossos investimentos são modelo, com compra de ônibus novos com ar-condicionado, acessibilidade plena e cada vez mais conforto para motoristas, cobradores e usuários”, afirmou Fortunati. O prefeito também citou o salário dos rodoviários, o mais alto da categoria no Brasil, como outro item que faz da capital gaúcha uma referência.

Crise política

Dilma busca apoio de Temer

Foto: Veja
Imersa em uma crise política de dimensões comparáveis à que sucedeu a descoberta do mensalão, a presidente Dilma Rousseff tentará, agora, incluir o vice-presidente Michel Temer na articulação política. Ela se reúne com o presidente do PMDB na manhã desta segunda, em encontro do qual devem participar seis ministros do chamado núcleo duro do governo - Aloizio Mercadante (Casa Civil), Miguel Rossetto (Secretaria-Geral), Pepe Vargas (Relações Institucionais), José Eduardo Cardozo (Justiça) e Jaques Wagner (Defesa). No domingo, Dilma já havido reunido o núcleo político para discutir os desdobramentos da Operação Lava Jato - horas mais tarde, o pronunciamento da presidente em rede nacional de rádio e televisão, foi marcado por protestos nas ruas dos maiores Estados do país - São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, além de Brasília. Na reunião de domindo, segundo o jornal O Globo, Dilma sacramentou que pedirá ao vice que integre a coordenação política.

Até agora, a presidente tem mantido o vice alijado da articulação política. Ele sequer foi convidado para uma reunião em que Dilma recebeu lideranças do Congresso no Palácio do Planalto.

A já contubada relação de Dilma com o PMDB deve ficar ainda mais tensa com a revelação da lista de políticos que passarão a ser investigados pela Lava Jato. Base aliada e oposição preveem uma temporada de derrotas significativas para o governo. Na primeira semana após a divulgação da lista, senadores e deputados apreciarão vetos presidenciais, entre os quais o da correção de 6,5% da tabela do Imposto de Renda. O governo atua para evitar essa votação, mas alguns parlamentares dão como certa a derrubada do veto. (Com VEJA/Conteúdo)

Operação Lava Jato

Começa fase de coleta de provas

A Polícia Federal informou neste domingo que deverá iniciar nesta semana as diligências da Operação Lava Jato referentes aos inquéritos autorizados na última sexta-feira pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki.

Ao todo, são 21 inquéritos para investigar indícios do envolvimento de 49 pessoas, entre elas 34 parlamentares e 12 ex-deputados, em supostos desvios de recursos da Petrobras.

Além de divulgar a lista de políticos que serão investigados, Zavascki, que será o relator dos processos no STF, autorizou o início da coleta de provas.

Entre os incluídos na lista estão os presidentes do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha; o ex-presidente e senador Fernando Collor; e quatro ex-ministros de Dilma: os senadores Edson Lobão (Minas e Energia) e Gleisi Hoffmann (Casa Civil); o ex-deputado Mario Negromonte (Cidades) e Antonio Palocci (Casa Civil).

Com a autorização de Zavascki, os agentes da Polícia Federal especializados em investigações contra parlamentares podem iniciar imediatamente a busca de documentos e de possíveis provas, e o interrogatório de testemunhas citadas nas delações premiadas.

Os agentes federais também podem solicitar imagens das câmeras de segurança de edifícios nos quais ocorreram os encontros relatados pelos delatores e exigir cópias dos contratos da Petrobras com as diferentes empresas acusadas de participar das irregularidades.

A Polícia Federal também espera que o Ministério Público, que coordenará todas as investigações, solicite à Justiça ordens para suspender o sigilo bancário de alguns dos acusados, assim como o de seus e-mails.

A partir de todas as provas recolhidas pela polícia, o Ministério Público terá que decidir se denuncia formalmente ou arquiva as investigações contra cada um dos 49 envolvidos, assim como determinar os crimes pelos quais serão processados.

Que vergonha!

Para jornal Le Monde, caso Petrobras
causa "terremoto político no Brasil"

Em sua edição datada de domingo (8) e segunda-feira (9), o jornal francês Le Monde estampa em sua primeira página a fotografia da presidente Dilma Rousseff, com o título "O escândalo que estremece o Brasil". O caso das propinas milionárias desestabiliza a cena política, com cerca de 50 personalidades visadas, muitas delas bem próximas da presidente.
"Tremor de terra político no Brasil". Assim começa o artigo de página inteira dedicado ao escândalo da Petrobras, observando que as consequências desse tremor ainda são imprevisíveis devido às suas raízes oriundas do próprio Estado em que nenhum dirigente, ao que tudo indica, será poupado.

Le Monde analisa que a publicação da lista de 54 personalidades que estão na mira do procurador da República, Rodrigo Janot, revela a extensão das ramificações e circuitos financeiros ocultos organizados de forma quase institucional no centro das principais esferas do poder brasileiro.
"Nunca tantos homens políticos haviam sido expostos desta maneira", afirma o jornal, citando o envolvimento dos quatro grandes partidos do Congresso: o PT, Partido dos Trabalhadores, o PMDB - Partido do Movimento Democrático Brasileiro, o PSDB - Partido Social-Democrata Brasileiro, e o PP - Partido Popular. "Todos são suspeitos de ter recebido comissões faraônicas para alimentar seus caixas 2", diz Le Monde.
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Dilma fragilizada

Para Le Monde, esta nova etapa no caso Petrobras fragiliza mais ainda o poder. Dilma vem sendo criticada dentro do seu próprio partido sobre o modo de administrar o caso. "Ela sabe que corre um grande risco", escreve o jornalista Nicolas Bourcier, lembrando que ela despencou nas pesquisas de opinião pública (23% favoráveis).

O jornal constata um vento de histeria nos brasileiros, apesar de sua fama de cordialidade e descontração: apenas dois meses e meio depois de sua reeleição, manifestações de rua foram convocadas para 15 de março para pedir o seu impeachment. O seu envolvimento no escândalo Petrobras é o principal argumento.

"Dilma Rousseff parece desorientada no comando de um navio à deriva", é a severa visão do jornal sobre a presidente do Brasil.

Pronunciamento

Povo faz panelaço contra Dilma



O pronunciamento da presidente Dilma Rousseff (PT) em cadeia de rádio e televisão foi acompanhado de protestos em algumas capitais. Durante o discurso, que durou 15 minutos, moradores foram às janelas dos apartamentos para fazer um panelaço. Motoristas também buzinaram para protestar contra a presidente. 

Em rede nacional pelo Dia Internacional da Mulher, Dilma afirmou que o Brasil tem aprendido a “aplicar duramente a mão da Justiça contra os corruptos”. Também amenizou a crise econômica pela qual o país passa, pediu paciência e compreensão ao povo e classificou as críticas ao governo como “injustas”.