sábado, 7 de março de 2015

Lista do Janot - 2

Delator envolve Lula, Dilma e Gleisi

No pedido de abertura de inquérito contra a senadora Gleisi Hoffman (PT/PR), o doleiro Alberto Youssef, em delação premiada, declara que a presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente Lula da Silva, a senadora Gleisi Hoffman, o mensaleiro José Dirceu, entre outros, sabiam do esquema de corrupção na Petrobras.

A seguir, trechos do encaminhamento do pedido de abertura de inquérito contra  senadora petista.

ALBERTO YOUSSEF (Termo de Colaboração 02) afirmou que GLEISI HOFFMAN, já agora Senadora da República e ocupando cargo na Administração Direta, tinha conhecimento da estrutura que envolvia a distribuição e repasse de comissões no âmbito da PETROBRAS SA e que ela própria havia se beneficiando dessa distribuição. Disse:
QUE, em complementação ao termo de declarações realizado na data de ontem, o declarante gostaria de ressaltar que tanto a presidência da Petrobras, quando o Palácio do Planalto tinham conhecimento da estrutura que envolvia a distribuição e repasse de comissões no âmbito da estatal; QUE indagado quanto a quem se referia em relação ao termo “Palácio do Planalto”, esclarece que tanto a presidência da República, Casa Civil, Ministro de Minas e Energia, tais como LUIS INACIO LULA DA SILVA, GILBERTO CARVALHO, ILDELI SALVATTI, GLEISE HOFFMAN, DILMA ROUSSEFF, ANTONIO PALOCCI, JOSÉ DIRCEU e EDSON LOBÃO, entre outros relacionados;
QUE esclarece ainda que eram comuns as disputas de poder entre partidos relacionadas à distribuição de cargos no âmbito da Petrobras e que essas discussões eram finalmente levadas ao
Palácio do Planalto para solução; QUE reafirma que o alto escalão do governo tinha conhecimento;

QUE, o declarante informa que era responsável pelo controle de caixa dos valores, sendo que nos casos de recebimento de parcelas de contratos o declarante retinha os valores em espécie ou os recursos eram buscados junto as empreiteiras conforme a necessidade; QUE, a divisão dos valores entre os membros do Partido Progressista (dentro da margem de 60%) era definida por JANENE, sendo que após a morte deste o próprio declarante se encarregou dessa divisão; QUE, em determinada oportunidade PAULO ROBERTO determinou a entrega de valores, recordando-se no
caso da campanha para o Senado de GLEISI HOFFMAN no ano de 2010, quando o declarante pessoalmente entregou a quantia de R$1.000.000,00 (um milhão de reais) para um senhor em um shopping de Curitiba;

Foi apreendida uma agenda pertencente a PAULO ROBERTO COSTA contendo anotações diversas. Segundo PAULO ROBERTO COSTA, essas anotações descrevem valores de propina paga a políticos. Os valores desviados em favor de GLEISI HELENA HOFFMAN, segundo PAULO ROBERTO COSTA, estão
identificados nessas anotações pelas iniciais “PB” e “1,0” (Termo de Colaboração 09 de PAULO ROBERTO COSTA, fls. 17 e Termo de Declarações Complementar 27 de ALBERTO YOUSSEF e documentos que os instrui).

As evidências antes coligidas indicam que GLEISI HELENA HOFFMAN teria, em agosto de 2010, recebido vantagem indevida antes mesmo do desempenho do mandato parlamentar, mas em razão deste. A vantagem indevida está no recebimento por parte da futura parlamentar da importância de R$ 1.000.000,00 (hum milhão de reais) para custear a sua campanha eleitoral. O contexto das investigações demonstra que o apoio político aos operadores do esquema de contratos ilegais e corrupção de agentes públicos mantidos no ambiente da PETROBRAS S/A era algo imprescindível. O comportamento posterior da Senadora GLEISE HELENA HOFFMAN, tal como relatado por ALBERTO YOUSSEF no Termo de Colaboração 02, antes parcialmente transcrito, bem demonstra que (pelo menos) aderira às condutas dos investigados desde o princípio.

Lista do Janot

Nota da Senadora Ana Amélia

A crise deflagrada no PP com a divulgação pelo Supremo Tribunal Federal da lista de parlamentares que serão investigados pela Polícia Federal, no escândalo do Petrolão, é motivo de muita tristeza e preocupação. O Partido Progressista gaúcho tem o maior número de prefeitos, vice-prefeitos e vereadores. Conta com uma ativa bancada na Assembleia Legislativa e a maior bancada regional na Câmara dos Deputados. Precisamos preservar esse patrimônio.

Enfrentaremos essa crise com responsabilidade e equilíbrio, dando aos parlamentares incluídos na lista do STF a oportunidade de ampla defesa, como recomenda o Estado de Direito. O desgaste político é grande. Mesmo que todos possam ser, ao longo do processo, inocentados, não haverá reparo ao prejuízo político. Não seremos complacentes com os malfeitos. A nossa régua moral é a mesma para adversários e para correligionários. Quem for condenado terá de pagar pelos erros cometidos.

É preciso, também, apurar o conjunto de fatos graves nesse escândalo que não se limita ao âmbito Legislativo. É necessário identificar todos os agentes envolvidos nessa organização que se valeu de práticas nada republicanas para tomar de assalto o patrimônio da maior e mais importante estatal do país, a Petrobras. Na corrupção não existe apenas quem se vende. O principal protagonista é quem compra apoio em troca de pagamento.

Confio na capacidade e na responsabilidade do presidente do PP/RS, Celso Bernardi, cuja biografia tem na ética um de seus principais valores, em administrar adequadamente essa crise que, espero, seja superada de forma exemplar.

Senadora Ana Amélia 

Bom Dia!

Que vergonha!

Fui dormir mais tarde e acordei mais cedo,  morrendo de vergonha com a divulgação da lista de políticos e partidos denunciados na Operação Lava Jato. Só aqui do Rio Grande do Sul, seis deputados do PP estão denunciados.

Acho que nunca consegui admitir que algumas pessoas dissessem que tinham “vergonha de ser brasileiras”. Sempre considerei exagero, já que o Brasil, bem ou mal, me passava a esperança de um futuro melhor. Acho que me enganei.

A partir da chegada de Lula ao Planalto, representando o PT, partido que se formou defendendo a ética, a moral, a transparência e a verdade, que se auto proclamava, “diferente dos partidos tradicionais”, quase acreditei que o futuro melhor estava chegando. Me enganei.

Bastaram alguns anos para que o PT acabasse com toda a dignidade do Brasil. Foi a partir dos governos petistas que o brasileiro passou a não respeitar mais as leis, que a corrupção se institucionalizou, que os padrões morais e éticos foram jogados para debaixo do tapete. O Brasil foi, aos poucos, se transformando num bordel em que cada um faz o que bem entende e a justiça é determinada por quem manda, ou governa..

Peço um pouco de paciência a todos, e tempo também, para que leiam partes do pedido de abertura de inquérito contra o senador Valdir Raupp, que demonstram claramente aquilo que os petistas e demais envolvidos insistem em dizer que é mentira, invenção da imprensa golpista ou culpa do FHC.

a) A Diretoria de Abastecimento, ocupada por PAULO ROBERTO COSTA entre 2004 e 2012, era de indicação do PP, com posterior apoio do PMDB;
b) A Diretoria de Serviços, ocupada por RENATO DUQUE entre  2003 e 2012, era de indicação do PT;
c) A Diretoria Internacional, ocupada por NESTOR CERVERÓ entre 2003 e 2008, era de indicação do PMDB.

4 O operador do Partido Progressista, em boa parte do período em que funcionou o esquema, era ALBERTO YOUSSEF. O operador do Partido dos Trabalhadores era JOÃO VACCARI NETO. O operador do Partido do Movimento Democrático Brasileiro era FERNANDO SOARES, conhecido como FERNANDO BAIANO.

d) A quarta forma, adotada sobretudo em épocas de campanhas eleitorais, era a realização de doações “oficiais”, devidamente declaradas, pelas construtoras ou empresas coligadas, diretamente para os políticos ou para o diretório nacional ou estadual do partido respectivo, as quais, em verdade, consistiam em propinas pagas e disfarçadas do seu real propósito.

Em 1o de setembro de 2013, PAULO ROBERTO COSTA, ex-Diretor de Abastecimento da PETROBRAS, depôs e afirmou que, na condição de agente público, recebia vantagens indevidas que, ao final, seriam repassados para partidos e políticos que davam sustentação ao esquema. Em seu Termo de Colaboração 09, ele declarou:

“(...); QUE, esclarece, como dito anteriormente, que sobre a sistemática de repasse de propinas na Petrobras para políticos, o declarante afirma que todos os grandes contratos desta empresa pública participavam empresas (empreiteiras) Cartelizadas; QUE tais empresas fixavam em suas propostas uma margem de sobre preço de cerca de 3% em relação aos contratos da PETROBRAS a serem repassados aos políticos; (...)”.

QUE quanto a VALDIR RAUPP, Senador pelo PMDB de Rondônia, e presidente do partido, no primeiro semestre de 2010, chegou até o declarante a notícia de um pleito de R$500.000,00 (quinhentos mil reais);
 QUE VALDIR RAUPP precisaria de tal quantia para custear sua candidatura ao Senado; QUE quem informou ao declarante que VALDIR RAUPP havia solicitado este valor foi ALBERTO YOUSSEF; QUE YOUSSEF informou ao declarante desta solicitação para que fosse contabilizado da parte do “bolo” devida ao PP;
QUE, melhor explicando, este valor sairia do montante de um por cento que era destinado ao PP a partir dos três por cento acrescentado aos contratos firmados com a Petrobrás dentro da área de abastecimento [...].

“(...) QUE também afirmou que, a pedido de PAULO ROBERTO COSTA, também foi efetuado pela empreiteira  QUEIROZ GALV Ã O doação oficial a VALDIR RAUP, do PMDB, mas cujo valor na realidade se tratava de pagamento indevido decorrente de comissionamento de contrato firmado com a PETROBRAS; (...).”
(...) Assim, o processo sistêmico de distribuição de recursos ilícitos a agentes políticos, notadamente com utilização de agremiações partidárias, no âmbito do esquema criminoso perpetrado junto à PETROBRAS, será objeto de investigação apartada.
Não é de ficar vermelho de vergonha, ou de raiva? Eu me sinto assim e, ao mesmo tempo, cheio de esperanças que, definitivamente, o brasileiro veja e sinta o que está ocorrendo e se posicione contra o fanatismo daqueles que defendem, a qualquer custo, a bandalheira que se instalou no Brasil.
Tenham todos um Bom Dia!