Ministro fala para plateia amestrada
e sai fugindo da imprensa e da verdade
O ministro-chefe da secretaria-geral da Presidência da
República, Gilberto Carvalho, chamou o senador Aécio Neves, ex-candidato à
Presidência pelo PSDB, de "playboyzinho" e afirmou que as denúncias
de corrupção na Petrobras e as tentativas de envolvimento da presidente Dilma
Rousseff são "propaganda, conversa e maledicência" de quem nunca teve
coragem de "colocar o dedo na ferida como nós estamos pondo agora".
"Estamos cortando na própria carne, quando se verifica essa questão
da corrupção", afirmou o ministro durante uma cerimônia em que foram
assinados convênios com 21 associações e cooperativas de agricultura orgânica.
Para uma plateia de representantes de cooperativas de
agricultura familiar e pessoal do próprio governo, o ministro declarou que não
está em jogo nesse momento a questão da corrupção - "que sempre teve e
nós estamos tendo a coragem de combater" - , mas o medo que a
oposição teria de perder a "hegemonia do Estado brasileiro". "O
medo deles não é isso, não. É essa revolução silenciosa que se opera em todos
os quatro cantos do País quando o povo vai descobrindo que ele é sujeito,
autônomo, que tem capacidade de tocar a vida dele, que não depende mais dos
dominadores, que ganha autonomia. É disso que eles têm medo e é por isso
que temos que continuar nessa linha", afirmou.
Carvalho disse ainda que o governo sofre "perseguição e
discriminação" por estar começando a devolver direitos para a maioria do
povo brasileiro. "Vamos sofrendo todo tipo de acusação, de bolivarianismo,
de chavismo, de mais um monte de m... que os caras falam para poder fazer
funcionar de fato o Estado em função da maioria", discursou. "E foi
isso que esteve em disputa nessa eleição. Eu morria de medo
do playboyzinho ganhar a eleição porque eu tinha clareza que ia acabar
essa energia que está aqui nesta sala. Isso não tinha condição de continuar
porque não está nesse projeto".
Ao final da cerimônia, o ministro saiu rapidamente e não
quis falar com os jornalistas que o esperavam.
A notícia acima foi publicada pela imprensa brasileira na
tarde de hoje (9). É a repetição da mesma conversa fiada que já não engana mais
ninguém, mas eles insistem. Falam as mesmas coisas para plateias de militantes,
repetem que são donos da verdade, que estão cortando na própria carne, mas
esquecem que nada é feito para punir seus companheiros que fazem parte da maior
corrupção da história do Brasil. Muito pelo contrário, os ladrões do mensalão,
os quadrilheiros que estavam entrincheirados no Palácio, viraram heróis e
desfrutam das benesses que conseguiram corrompendo parlamentares e
instituições. Para os companheiros do ministro Carvalho, o grande vilão do
mensalão é Joaquim Barbosa, que teve a coragem de pedir a condenação da “cumpanherada”.
Bem ao feitio dos que mentem por obrigação, dos que
pregam o que não conseguem defender, logo depois do discurso que só serve para
enganar os mesmos, saem correndo e, como nas conhecidas ditaduras que defendem,
fogem da imprensa com medo de enfrentar a realidade. Melhor mentir para os
companheiros do que ter que falar a verdade para o povo.