Transporte coletivo
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Foto: Jornal do Comércio/RS |
Reconheço que não sou um
expert em questões de transporte coletivo. Sou, digamos assim, um usuário
interessado em contar com um bom serviço. Como já disse aqui mesmo, tenho usado
o serviço de ônibus e sou obrigado a reconhecer que, se não é o ideal, está
muito longe de ser classificado como ruim.
Nesta segunda-feira, uma
segunda tentativa de iniciar um processo de licitação, acabou novamente
esvaziada já que nenhuma empresa se habilitou à concorrência. Convencido de que
as empresas definitivamente não estão interessadas no assunto, o prefeito Jose
Fortunati já avisou que aplicará um plano B, ou seja, vai licitar o transporte
por linhas e não mais por bacias.
Nesta terça-feira, o
gerente-executivo da ATP, já informou que a associação considera a medida “um retrocesso”,
já que, no entendimento dos permissionários, os consórcios permitem melhor relação
custo-benefício.
Não quero entrar na briga, pois
acho que as partes devem ter suas razões; a prefeitura as delas e a ATP
também. Mas uma parte das declarações do gerente-executivo me deixou um tanto
quanto cismado. Disse ele que com o atual preço da tarifa, R$ 2,95, é
impossível renovar a frota, e defendeu uma tarifa de R$ 3,15. E justifico minha
cisma por imaginar que a questão toda está exatamente no preço da tarifa. Chego
a pensar que, caso o edital deixasse a questão em aberto, ou seja, previsse a
possibilidade de um aumento na tarifa, os atuais permissionários participariam
da licitação. Mas é só um palpite.
A propósito, quando vou para
o centro, passo por várias fachadas e por vários muros pichados durante a
última manifestação contra o aumento da passagem. São frases pedindo que a tarifa
fosse rebaixada. Foi um movimento, naquela época, liderado pelo PSol, mais
precisamente pelos vereadores Pedro Ruas e Fernanda Melchiona. Quem não lembra
dos dois agitando e comandando os manifestantes no enfrentamento com a
prefeitura e com a ATP?
Pois agora, quando a
situação se agrava e o prefeito decide, pela primeira vez, licitar a concessão
para o transporte coletivo, nenhuma palavra dos combatentes parlamentares. Será
que perderam o discurso, não têm mais interesse na questão, ou já não estão
precisando dos votos, como precisavam nas manifestações passadas.
Tomara que tudo se resolva e
que a população, os trabalhadores que, ao final de tudo, são os maiores
interessados num transporte de qualidade e preço justo, não acabem pagando um
alto preço pelo que não provocaram.
Tenham todos um Bom Dia!