quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Hipertensão

ANVISA suspende lote de medicamento

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) suspendeu hoje (19) a distribuição, comercialização e o uso, em todo o território nacional, do Lote nº 713005 do medicamento Aldosterin (Espironolactona 100mg, cartela com 16 comprimidos). O produto, fabricado pela empresa Aspen Pharma Ind. Farm. Ltda., tem validade até 4/2016.

De acordo com a Anvisa, a suspensão se deve a resultados insatisfatórios obtidos em ensaios de descrição de amostra e aspecto. A Anvisa determinou ainda que a empresa promova o recolhimento do estoque existente no mercado. 

Campanha de 2014

PF quer saber se propina não virou doação

Uma nova investigação da PF, dentro da Operação Lava Jato,tenta identificar se o dinheiro destinado a pagar propinas,teria sido utilizado em doações legais de campanha em 2014. O Ministério Público Federal (MPF), suspeita que a doação informada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tenha sido uma “mera estratégia de lavagem de capitais”. Esse foi o argumento usado pelos procuradores para pedir a prisão preventiva dos principais executivos da Camargo Corrêa, João Ricardo Auler, presidente do Conselho de Administração, e Dalton dos Santos Avancini, presidente da Camargo Corrêa Construções e Participações. Eduardo Leite, vice-presidente da empreiteira, teve a prisão preventiva decretada na última sexta-feira.

Informações do MPF dizem que, apenas a Camargo Corrêa doou R$ 44 milhões às campanhas em 2014. A empreiteira diz que fez apenas doações aos partidos, não às campanhas, num total de R$ 35 milhões.

Operação Lava Jato

Duque mantém fortuna no exterior


No despacho em que determinou que o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque continuasse preso, o juiz Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato na primeira instância, alegou risco de o ex-dirigente fugir para o exterior. Segundo o magistrado, Duque mantém uma "verdadeira fortuna" em contas bancárias fora do país.
"Dispondo de fortuna no exterior e mantendo-a oculta, em contas secretas, é evidente que não pretende se submeter à sanção penal no caso de condenação criminal [...] Sem a [prisão] preventiva, [há] o risco do investigado tornar-se foragido e ainda fruir de fortuna criminosa, retirada dos cofres públicos e mantida no exterior, fora do alcance das autoridades públicas, observou o juiz.
Ao citar o ex-diretor de Serviços da Petrobras na decisão, Moro afirmou que o executivo da empresa Toyo Setal Júlio Camargo, um dos delatores do esquema de corrupção que tinha tentáculos na estatal do petróleo, afirmou ao Ministério Público Federal que Duque mantinha uma conta na Suíça, em nome de uma empresa off-shore, criada exclusivamente para receber pagamentos de propina.
O juiz federal também menciona no despacho que o ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e o ex-gerente da estatal Pedro Barusco, apontado como braço-direito de Duque no esquema de corrupção, também mantêm contas bancárias no exterior utilizadas para receber suborno.
"As provas apontam que ele [Renato Duque], à semelhança de Paulo Roberto Costa (23 milhões de dólares) e de Pedro Barusco (100 milhões de dólares), mantém verdadeira fortuna em contas secretas mantidas no exterior", escreveu o magistrado.(Com G1/conteúdo)

Opinião

De repente

Ruy Castro*

De quinze em quinze anos, o Brasil esquece o que aconteceu nos últimos quinze anos, decretou o jornalista, escritor e pensador --malgré lui-- Ivan Lessa (1935-2012). Dura lex, mas que pode ter um corolário ainda mais cruel: quando uma nova situação se instala, a anterior deve ser contestada, diminuída e, o mais rápido possível, evaporada dos anais. Sobram exemplos entre nós.

A República, por exemplo. Instaurada em 1889, dedicou-se a desmerecer tudo que viera da Monarquia --inclusive o fato de sua pregação demolidora ter sido amplamente garantida pelo mais democrático governante brasileiro, D. Pedro 2º. Bem feito que, em 1930, vitoriosa a Revolução que entronizou Getulio, aquela República belle époque passaria a ser chamada de República Velha e também se tornaria sinônimo de atraso político, corrupção eleitoral e mesmice social.

E não só no terreno político. A Semana de Arte Moderna disseminou o mito de que, com raras exceções, toda a literatura brasileira pré-1922 era desprezível e o Modernismo viera para salvá-la. Idem quanto à bossa nova --alguns de seus adeptos acreditam que tudo que aconteceu na música brasileira até 1958 foi apenas uma preparação para que João Gilberto gravasse "Chega de Saudade". Nada disso é verdade.

Mas é na política que essas lendas mais florescem. Quando o PT chegou ao poder, em 2003, seus líderes apegaram-se ao discurso de que o Brasil começava ali. "Nunca antes na história desse país" etc. Conquistas então recentes, como o Plano Real, o fim da inflação e a estabilização da moeda --mérito de seus adversários--, foram apagadas. O passado não valia nada, não existia.

Agora, de repente, passou a valer. O PT quer dividir com o PSDB os malfeitos da Petrobras. Malfeitos, aliás, que ele, o PT, teve 12 anos para, como diz, "mandar investigar".

Coluna publicada na Folha de São Paulo – 19.11.14

Petrolão

R$ 23,7 bi em movimentações suspeitas

Relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) informa que pessoas físicas e jurídicas investigadas na Operação Lava-Jato fizeram movimentações consideradas atípicas no valor de R$ 23,7 bilhões entre 2011 e 2014. Só em espécie, o grupo movimentou R$ 906,8 milhões. Ao todo, o Coaf produziu 108 relatórios com alertas sobre possíveis irregularidades nas movimentações financeiras do doleiro Alberto Youssef, do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e das empreiteiras, entre outras pessoas e empresas acusadas de fraudes em contratos com a estatal.

Nos relatórios do Coaf aparecem os nomes de 4.322 pessoas e 4.298 empresas que, de alguma forma, participaram da movimentação da montanha de dinheiro, parte dele de origem ilegal, vinculados a negócios da Petrobras. O Coaf deixa claro, no entanto, que os números não são valores absolutos. Em algumas situações nomes de pessoas e empresas são mencionados várias vezes. A soma total envolve saques e depósitos. Mas, ainda assim, as cifras são consideradas estratosféricas até mesmo para autoridades acostumadas a lidar com dados expressivos. (Agência Globo)

Poemas no ônibus

Palavras
  
  Quero aquelas
  Quero esta
  Quero tirá-las de casa
  Levá-las à festa
  Quero-as vivas
  Vibrando, luzindo
  Plenas de alegria
  Quero-as prosa
  Virando poesia

        Paulo Sérgio Goularte