segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Operação Lava Jato (3)

Engevix repassou R$ 6,5 milhões para Youssef


Relatório de análise do Ministério Público Federal, fechado em 6 de novembro, aponta que a Engevix, um dos principais alvos da Operação Lava-Jato, depositou R$ 6,5 milhões em empresas de fachada controladas pelo doleiro Alberto Youssef. O valor atualizado é o dobro do que a investigação tinha conhecimento em abril deste ano. Na conta da MO Consultoria, principal recebedora das propinas pagas pelas empreiteiras do cartel, foram registradas 10 transferências eletrônicas no valor aproximado de R$ 362 mil.
A primeira remessa foi efetuada em 13 de novembro de 2009 e a última em 30 de novembro de 2011.

A perícia também encontrou repasses da Engevix para empreiteira Rigidez, também comandada pelo doleiro Youssef. No total, foram 13 repasses que somam R$ 2,9 milhões. O valor de grande parte das parcelas transferidas eletronicamente é de R$ 291 mil. Os recursos começaram a ser transferidos em 26 de fevereiro de 2010. A última parcela foi paga em 26 de janeiro de 2012.

A mesma empresa também efetuou pagamentos diretamente para a conta da Costa Global Consultoria, do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, preso na Operação Lava-Jato. Foram identificadas sete parcelas de R$ 65,6 mil, totalizando R$ 295 mil.

Operação Lava Jato (2)

Barusco vai devolver US$ 100 milhões

Pedro Barusco
O ex-gerente-executivo da Diretoria de Serviços da Petrobrás Pedro Barusco fechou acordo de delação premiada em que se compromete a devolver cerca de US$ 100 milhões e contar o que sabe sobre o esquema de corrupção e propina na estatal.
O novo delator da Lava Jato é considerado peça-chave para a força-tarefa da Polícia Federal e da Procuradoria da República porque deverá revelar o esquema que era controlado pelo ex-diretor da área Renato Duque, nome indicado pelo PT e que foi preso na sexta-feira, na sétima fase da operação, batizada de Juízo Final.
O acordo evitou que Barusco fosse o 26º nome da lista de prisões decretadas pelo juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações da Lava Jato. O valor de restituição, a título de indenização, caso seja homologado pela Justiça, será o maior já obtido em um acordo com servidor da Petrobrás.
O ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa, delator da Lava Jato, e sua família vão pagar cerca de R$ 70 milhões. Barusco, convertendo em reais, terá que desembolsar R$ 252 milhões. Desse valor, US$ 20 milhões já haviam sido bloqueados na Suíça, onde ele mantinha uma conta.

Gluconato de cálcio

ANVISA suspende venda de produto

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) suspendeu hoje (17) a distribuição, a comercialização e o uso do lote 33212101 do produto gluconato de cálcio 10%, solução injetável, fabricado pela Isofarma Industrial Farmacêutica Ltda e com validade até 05/2015.
De acordo com a agência, as unidades do lote apresentaram material estranho com flocos escuros e partículas de coloração branca na composição. 

O produto é usado no tratamento de hipocalcemia aguda, que consiste na redução da concentração de cálcio do sangue; hiperpotassemia, aumento da concentração de potássio no sangue; hipermagnesemia, que é o aumento da concentração de magnésio no sangue; e como medicação auxiliar em casos de reativação cardíaca.(Agência Brasil)

Guarda compartilhada

Ministro e senadores manobram contra

Ministro José Eduardo Cardozo
Uma manobra desastrada que atenta contra o interesse de cerca de 20 milhões de crianças e adolescentes e desafia o regimento interno do Senado retardou mais uma vez a aprovação da lei que torna obrigatória e automática a guarda compartilhada, mecanismo apontado por educadores de todo o mundo como o melhor modelo para a formação dos filhos de casais separados. Os movimentos que vêm impedindo a aprovação do PL 117/13 são capitaneados pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e pelos senadores Humberto Costa (PT-PE), Romero Jucá (PMDB-RR) e Jaime Campos (DEM-MT). Amplamente discutido, o projeto já foi aprovado na Câmara, passou por duas comissões no Senado e deveria ter sido votado em plenário no fim de setembro. Mas as ações do Ministério da Justiça retardam esse processo. A última delas ocorreu na quarta-feira 12. A Comissão de Assuntos Sociais acatou decisão do senador Jayme Campos e determinou que o PL seja levado a audiência pública a se realizar na quinta-feira 20. A se manter o roteiro traçado pela tropa do ministro Cardozo, o projeto terá uma mínima chance de ir a plenário na última semana de novembro. Qualquer outra manobra deve arrastar a questão apenas para o próximo ano.

O regimento interno do Senado impede que os projetos em regime de urgência sofram emendas que não as colocadas em plenário. A Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou o regime de urgência do PL 117/13 em 2 de setembro e o mesmo deveria ser submetido à votação em 29 de setembro, o que não foi feito graças a uma intervenção do senador Humberto Costa. No último dia 4, foi a vez de o senador Romero Jucá entrar em ação. Ele apresentou uma emenda tratando sobre a hipótese de o projeto focar de alguma forma a possibilidade de violência praticada contra a criança. A emenda foi uma espécie de golpe, pois fere o regimento do Senado, e é descabida porque o tema levantado pelo senador já está previsto em legislação específica. A manobra, porém, remeteu o PL à Comissão de Assuntos Sociais. Até a quinta-feira 20, entidades que reúnem pais e mães separados encaminharão ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), uma representação denunciando a irregularidade e pedindo a votação imediata do projeto. (Com Istoé/conteúdo)

Opinião

Desça do palanque, Dilma!


Ricardo Noblat*

Na Austrália, do outro lado do mundo, sob o efeito do fuso horário, talvez, como se ainda estivesse em cima de um palanque, certamente, a presidente Dilma Rousseff concedeu sua primeira entrevista coletiva sobre o arrastão de donos e executivos de empreiteiras que marcou na semana passada mais uma etapa das investigações sobre a roubalheira na Petrobras. Perdeu uma rara oportunidade de ficar calada.

Dilma foi vítima da síndrome do terceiro turno que não acomete apenas a oposição. Disse um monte de bobagens, invenções e falsas verdades para uma plateia de jornalistas que se deu por feliz em anotar o que ouviu.
E assim procedeu como se ignorasse que o distinto público conhece cada vez melhor os vícios e espertezas dos seus representantes. Vai ver que ela ignora mesmo.

Vamos ao que disse.
Teve o atrevimento de afirmar de cara lavada que “pela primeira vez na História do Brasil” um governo investiga a corrupção. E não satisfeita, culpou governos passados pela corrupção que acontece hoje na Petrobras.

Stop!
O governo dela não investiga coisa alguma. Polícia Federal e Ministério Público investigam. Os dois são órgãos do Estado, não do governo.
Corrupção existe em toda parte e o tempo inteiro. Mas enquanto não se descobrir que houve corrupção na Petrobras em governos anteriores aos do PT, vale o que está sendo escancarado pelas investigações: o PT privatizou, sim, a Petrobras. Apropriou-se, sim, dela.
Corrompeu-a, sim. E usou-a, sim, para corromper. Depois de Lula, Dilma é a figura mais importante da Era PT.

Adiante.
Para Dilma, o escândalo cuja paternidade ela atribui a outros governos e cuja decifração reivindica para o seu, “poderá mudar o país para sempre. Em que sentido? No sentido de que vai acabar com a impunidade”.

Stop!
Sinto muito, Dilma, mas o escândalo que poderá mudar o país para sempre, e que acabou com a impunidade, foi o do mensalão. Quer tirar de Lula a primazia?
Dizer que “essa questão da Petrobras “já tem um certo tempo” e que “nada disso é tão estranho para nós” é uma revelação digna de nota.
Primeiro porque o governo dela se comportou como se nada soubesse quando estourou o escândalo. Segundo por que o máximo que ela insinuou a respeito foi que havia demitido Paulo Roberto Costa, ex-diretor da empresa, réu confesso.
Ora, ora, ora.
“Paulinho”, como Lula o chamava, saiu da Petrobras coberto de elogios pelo Conselho de Administração da empresa presidido por Dilma até ela se eleger presidente da República.
Foi um dos 400 convidados de Dilma para o casamento da filha dela. E ao depor na CPI da Petrobras, contou com a proteção da tropa do governo. Dilma nada fez para que não fosse assim.

Adiante, pois.
O escândalo da Petrobras não dará ensejo à revisão dos contratos do governo com as principais empreiteiras do país, avisou Dilma. Muito menos a uma devassa na Petrobras.
“Não dá para demonizar todas as empreiteiras. São grandes empresas”, observou Dilma. “E se A, B ou C praticaram malfeitos, atos de corrupção, pagarão por isso”.

Stop!
Quer dizer: mesmo que reste provado que as nove maiores empreiteiras do país corromperam e se deixaram corromper, os contratos que elas têm com o governo fora da Petrobras não serão revistos.
Não parece razoável que empresas envolvidas com corrupção num determinado lugar possam ter se envolvido com corrupção em outros?

Por fim: se a Petrobras não pede uma devassa é só porque Dilma prefere que seja assim. 

*Do Blog do Noblat (O Globo)

Operação Lava Jato

Fechada primeira delação com empreiteiras


O Ministério Público Federal fechou com o grupo Setal o primeiro acordo de delação premiada com empresas envolvidas no esquema de corrupção na Petrobras investigado na Operação Lava Jato.
As companhias do Setal possuem contratos de mais de R$ 4 bilhões com a estatal. O acordo também envolve o pagamento de indenização aos cofres públicos, de cerca de R$ 70 milhões. O compromisso de delação agora depende de aprovação da Justiça para ter validade.
Dois executivos do Setal, Augusto de Mendonça Neto e Julio Camargo, já haviam assinado delações individuais com a Procuradoria.
Os dois afirmaram terem entregue R$ 30 milhões em propina para a diretoria de serviços da Petrobras, comandada por Renato Duque entre 2003 e 2012. As autoridades apontam Duque como o principal operador do PT.
O acordo complicará a situação de empreiteiras que tenham participado de crimes com o grupo Setal –a Procuradoria quer usar a legislação contra cartéis, que confere apenas ao primeiro delator a chance de obter todos os benefícios legais da delação premiada, como a redução de penas. Porém, as construtoras poderão fazer novos acordos sobre crimes que não envolvam o Setal. (folhapress)

Bom Dia!

Lugar de ladrão, é na cadeia!


Ainda curtindo a grande vergonha que venho sentindo desde sexta-feira, quando começou mais uma fase da Operação Lava Jato, sou obrigado a pensar sobre o que disse a presidente Dilma ao falar do escândalo da Petrobras.
Das declarações da presidente, todas absolutamente previsíveis, já que ela não sabia de nada, fico com um trecho que julgo o mais difícil de entender: Disse a presidente:

- Este escândalo é diferente de casos anteriores. Acredito que a grande diferença é o fato de estar sendo colocado à luz do sol. Por quê? Porque esse não é, eu tenho certeza disso, o primeiro escândalo. Agora, ele é o primeiro escândalo a ser investigado.

Diante da declaração da presidente, fico extremamente curioso para saber onde ela estava quando ocorreu o mensalão. Ou será que ela considera aquele escândalo, quando seus companheiros de PT foram julgados e condenados (?) por uso de dinheiro público, peculato e formação de quadrilha, um caso tão pequeno diante do Petrolão, que nem pode ser considerado como tal? Se bem que seus companheiros, figuras destacadas no PT, condenados a 7 anos de cadeia, em média, estão todos em casa, liberados por decisão de um ministro do STF indicado por Dilma Rousseff, do PT.

Outra coisa que me impressiona, é como os envolvidos, direta ou indiretamente, no escândalo, teimam em buscar o passado para justificar os erros do presente. Mesmo jamais tendo havido algo precedente em termos de valores, no Brasil, os governistas insistem em afirmar que “este não é o primeiro caso”, tentando justificar o que seus companheiros, comprovadamente, estão fazendo.

Enquanto isso, o petista José Eduardo Cardoso, ministro da Justiça, condenou o que chamou de “tentativa de politização da Operação Lava Jato”, acusando a oposição de “promover um terceiro turno das eleições”.
Ora, ministro, se houve ou se há politização, ela faz parte do escândalo. Só o que se escuta dos depoimentos dos delatores, é que o dinheiro desviado em forma de propina ou comissões, era destinado ao PT, PMDB e PP. Politizaram o escândalo ministro!

Finalmente, hoje li que o ex-diretor Renato Duque, petista indicado por José Dirceu para o cargo na Petrobras, vai devolver R$ 251 milhões para os cofres públicos. Seguramente, esta deve ser apenas uma parte do que foi desviado. E o resto?

Decididamente o Brasil, como disse a presidente Dilma, não será mais o mesmo daqui para frente. Agora, para não ser mesmo, não basta a presidente, que foi avisada, juntamente com o então presidente Lula, que algo muito errado estava ocorrendo na Petrobras, e decidiram por dar prosseguimento às obras envolvidas, demitir os envolvidos. O lugar deles, presidente, e de tantos outros, é na cadeia. Eu disse cadeia, presidente, e não em casa!

Tenham todos um Bom Dia!