sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Greve no transporte coletivo

Fortunati quer pedir Força de Segurança Nacional, 
mas governador diz que só ele pode solicitar
A prefeitura de Porto Alegre enviou oficio ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT) na manhã de hoje, solicitando que a desembargadora Ana Luiza Kruse, providenciasse a intervenção da Brigada Militar, retirando os manifestantes que impedem a saída dos ônibus das garagens. A desembargadora informou que esta medida pode ser solicitada diretamente pelos interessados. Segundo o governo do Estado, a BM só seria acionada por ordem judicial.
Sem o cumprimento do acordo firmado na tarde de ontem, Ana Luiza Kruse decidiu ampliar para R$ 100 mil o valor da multa diária a ser paga pelo Sindicato dos Rodoviários. Ela também determinou o bloqueio de R$ 150 mil em contas bancárias da entidade, valor referente às multas de ontem e hoje.
A Brigada Militar informou que está garantindo a segurança aos ônibus que estão nas ruas. Nessa quinta-feira, 30, 22 veículos foram depredados e um incendiado.
Durante coletiva na manhã de hoje, o prefeito José Fortunati disse que, caso a BM não seja liberada para assegurar a saída dos ônibus, poderá encaminhar solicitação ao Ministério da Justiça liberando a Força Nacional de Segurança para atuar em Porto Alegre.
Outra possibilidade levantada pelo prefeito, é de que brigadianos atuem como motoristas dos ônibus, caso os rodoviários insistam em permanecer em greve.
Sobre o assunto, o governo estadual emitiu nota esclarecendo que somente o governador pode solicitar a FNS.

- A Força Nacional só pode ser convidada a atuar no Rio Grande do Sul pelo Governo do Estado, não por prefeituras. Não há nenhuma necessidade de atuação da Força Nacional no Rio Grande do Sul nas atuais circunstâncias: dissídio coletivo do Trabalho se resolve por negociação ou por julgamento no TRT, não pela coação física de trabalhadores ou de empresários. 

Bom Dia!

Cara de palhaço, roupa de palhaço...
A letra do samba que embalou um tempo muito bom da minha juventude cabe perfeitamente no momento em que vivemos o surrealismo de uma greve, ilegal, no transporte coletivo em Porto Alegre. Resumindo, fomos dormir com a notícia de que um acordo assinado no Tribunal Regional do Trabalho garantia a presença de, pelo menos, 50% da frota de ônibus nas ruas, a partir de hoje. Sono tranquilo!
Acordei, tomei um banho frio, cheguei a cantar no chuveiro e resolvi ligar o computador para saber como estava o transporte de passageiros na cidade. Surpresa! Os rodoviários decidiram, depois de decidirem que voltariam ao trabalho, que não voltariam mais. A alegação é de que o acordo teria sido assinado pela diretoria do Sindicato, sem consulta aos rodoviários em geral. Para eles, o acordo assinado no TRT não valia nada. E os ônibus ficaram nas garagens.
A que ponto chegamos, amigos. Um acordo, assinado na Justiça, não vale mais nada. Os rodoviários, que elegeram os dirigentes sindicais como seus representantes, decidiram que eles não representam nada. Cruzaram os braços e não permitiram que quem queria trabalhar, saísse com os ônibus das garagens. A coisa fica ainda mais feia quando o próprio governador do RS, diante da solicitação do prefeito de colocar a Brigada Militar para garantir o transporte do cidadão, disse que só libera a BM se a Justiça mandar. E a Justiça manda alguma coisa, governador?
Agora o prefeito diz que vai esperar e, caso a BM não seja acionada, vai solicitar a presença da Força Nacional de Segurança. Fortunati autorizou, inclusive, que as vans escolares transportem passageiros que estiverem nas paradas.
Pelo menos uma coisa ficou clara, para mim, com a decisão dos rodoviários; ninguém acredita ou cumpre o que a Justiça manda. Estamos caminhando, rapidamente, para o caos.
E, como diz o samba, vamos vivendo com “cara de palhaço, roupa de palhaço...”

Fiquem com Deus e tenham todos um Bom Dia!