quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Opinião

De olho no legado da Copa

Adeli Sell*

Duas décadas após a realização dos Jogos Olímpicos de 1992, Barcelona ainda desfruta o legado deixado pelo evento. Embora alguns pessimistas contestem a tese de que o esporte abriu as portas da cidade para o mundo, espanhóis não conseguem separar o crescimento turístico local do sucesso das Olimpíadas.

Mesmo sentimento que vislumbro para Porto Alegre, uma das sedes da Copa do Mundo de 2014. A Capital que os espectadores do futebol querem ver é exatamente a que nós gaúchos gostaríamos de mostrar: moderna, eficiente e bonita. Mas para isto precisaremos acelerar a revitalização dos nossos espaços, tirando do papel a ampliação das vias de acesso para desafogar o trânsito, revitalização das áreas degradadas e restauração do Cais Mauá.

Também precisaremos melhorias em infraestrutura, moradias e acessos aeroportuários. Isso, como aconteceu em Barcelona, é o tangível. Mas há outro legado, que é muito importante e que devemos nos preocupar: são os benefícios intangíveis, como a autoestima da cidade e o reconhecimento de que juntos vamos fazer bem e mostrar ao mundo que somos capazes de avançar e de nos consolidar nesse mundo globalizado.

Ser sede deste evento mundial será importante para os portoalegrenses, por mais que muitos discordem. Ficará em cada um de nós um orgulho de que a Capital dos gaúchos estava presente em todo o mundo, não por um feito político, mas como algo feito para a cidade.

Na Porto Alegre pós-Copa tudo será aproveitado: das telecomunicações à rede hoteleira, vias modernas e espaços revitalizados. Isso nos permitirá avançar, organizar mais eventos, receber milhares de visitantes. Na Porto Alegre do futuro teremos experimentado uma espécie de revolução social e demográfica: de cidade degradada, com sua modernidade suspensa, à capital cultural, pólo de negócios e destino turístico que atrai milhões de visitantes.

*Secretário-Adjunto do Gabinete dos Prefeitos e Vereador de Porto Alegre por 16 anos

Viagem a Lisboa

Comissão arquiva pedido de  investigação
A Comissão de Ética Pública da Presidência arquivou nesta quarta-feira o pedido de investigação sobre os gastos da presidente Dilma Rousseff em viagem secreta a Lisboa, onde passou quinze horas no sábado. O pedido para apurar se houve excesso nas despesas durante o pernoite de Dilma, quando ela e sua comitiva gastaram mais de 71.000 reais com hospedagem e alimentação, foi protocolado nesta terça pelo PSDB.
De acordo com o presidente do colegiado, Américo Lacombe, a comissão não tem competência de julgar a Presidência ou a vice-presidência da República. “Nós só podemos julgar de ministro para baixo. Foi unanimidade”, disse Lacombe. 'Nós somos o órgão auxiliar da presidente, a auxiliamos a fiscalizar os funcionários”, continuou. 
Dilma fez uma escala sigilosa em Portugal depois de participar do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, na sexta-feira, enquanto sua agenda oficial informava que ela seguiria direto para Havana, em Cuba. Após a aparição da presidente ter sido divulgada pela imprensa local, o governo brasileiro chegou a justificar a alteração na rota como uma medida tomada de última hora porque a aeronave não teria autonomia para voo direto entre os países. O governo português, no entanto, desmentiu a versão e afirmou que fora comunicado sobre a viagem com dois dias de antecedência. 
O colegiado também arquivou a representação contra o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, apresentada pelos tucanos. O ministro repassou à Polícia Federal documentos que envolviam políticos de oposição no cartel do metrô de São Paulo e deixou de investigar o presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Vinícius Carvalho, no caso.(Com VEJA/Conteúdo)

Analfabetismo

Brasil é o 8º país com mais adultos analfabetos
São 13,2 milhões de analfabetos
com 15 anos ou mais
Do total de 774 milhões de adultos analfabetos no mundo, 72% deles estão em dez países, entre eles o Brasil.
A Índia lidera a lista, com um total de 287 milhões, seguido de China e Paquistão. O Brasil ocupa o oitavo lugar.
Os dados fazem parte de relatório divulgado pela Unesco sobre seis metas para melhorar a educação até 2015.
Em 2000, 164 países assumiram o compromisso e desde então são monitorados pela ONU (Organização das Nações Unidas). O documento, que será lançado hoje em Brasília e em Adis Adeba (Etiópia), mostra avanços na área, mas aponta "lentidão nesse progresso" -na última década, o número de adultos analfabetos caiu apenas 1%.
Segundo o Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) de 2012, o Brasil tem 13,2 milhões de analfabetos com 15 anos ou mais.
A secretária de educação continuada e alfabetização do Ministério da Educação, Macaé dos Santos, diz que há concentração de analfabetos entre idosos, principalmente em municípios pequenos.
"As taxas de analfabetismo têm caído entre a população mais jovem, [mas] o desafio ainda nos preocupa."
O relatório elogia iniciativas do governo, como o Ideb, indicador de qualidade da educação básica no país. No documento, ele é indicado como "ferramenta-chave" para estratégias na área.(Agência Folha)