quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Mensaleiro preso

Delúbio pede ao STF para trabalhar na CUT
O ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares pediu nesta quinta-feira autorização ao Supremo Tribunal Federal (STF) para trabalhar na Central Única dos Trabalhadores (CUT) enquanto cumpre pena no regime semiaberto. Delúbio seria contratado para atuar na área de organização sindical. A proposta de trabalho foi anexada à petição entregue ao STF pelo advogado de Delúbio, Arnaldo Malheiros. O pedido não especificou o salário.
Delúbio foi condenado a oito anos e 11 meses de prisão por envolvimento no escândalo do mensalão. Ele cumpre inicialmente a pena no regime semiaberto até o STF julgar recurso apresentado pela defesa que tenta reduzir a pena. O ex-tesoureiro sairia de dia para trabalhar e voltaria à noite para o Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília.

O ex-tesoureiro do PT recebeu nesta quinta-feira a visita da mulher, Mônica Valente, com quem discutiu qual proposta ele aceitaria. Além do trabalho na CUT, Delúbio também teria recebido oferta de emprego de empresas ligadas ao PT em Brasília. (Agência Estado)

Notícias

Defesa Civil mantém interdição do Itaquerão
O órgão manteve a interdição da área afetada pela queda de um guindaste na obra do estádio do Corinthians, em Itaquera, na zona leste. No acidente, dois operários morreram e um ficou ferido. O local representa aproximadamente 10% do estádio e 30% da área leste da arena. O Itaquerão será palco da abertura da Copa do Mundo.

Juro médio sobre para 29% em outubro
A taxa média de juros no crédito livre subiu de 28,4% ao ano em setembro para 29% ao ano em outubro, segundo o Banco Central. Essa é a maior taxa desde abril de 2012, quando estava em 30,4% ao ano.
O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, avaliou que as taxas de juros do Brasil vêm subindo em linha com o ciclo de política monetária, com a tendência de alta da taxa básica de juros desde abril.

ONU aprova resolução histórica em defesa das mulheres
A resolução apela para que todos os países condenem publicamente a violência contra os defensores dos direitos das mulheres, modifiquem legislações nacionais que os impeçam de atuar e facilitem o acesso gratuito dos militantes aos organismos das Nações Unidas.

Promulgada PEC que acaba com voto secreto nas cassações
O Congresso promulgou no começo da tarde desta quinta-feira (28) a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que acaba com o voto secreto nos processos de cassações de mandatos e em votação de vetos presidenciais, mas a falta de clareza no texto da proposta pode evitar que a medida seja de fato colocada em prática. Por se tratar de uma PEC, o texto não precisa ser sancionado pela presidente da República e, após promulgado, já está em vigor.

Inflação do aluguel pede força e sobre 0,29% em novembro
O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) desacelerou de 0,86% em outubro para 0,29% em novembro, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV), nesta quinta-feira (28).
Entre os três indicadores que compõem o IGP-M, o IPA-M recuou de 1,09% em outubro para 0,17% em novembro. Na mesma base de comparação, o IPC-M subiu de 0,43% para 0,65%. O INCC-M desacelerou de 0,33% para 0,27%. A variação acumulada do IGP-M em 2013 é de 4,88%, enquanto a taxa acumulada em 12 meses até novembro é de 5,60%.

Na Nuvem

Leo Iolovitch é autor do livro 'Na nuvem', onde derrama toda sua poesia e sensibilidade em textos maravilhosos como o que reproduzo abaixo. Nele, o Leo fala de um bar na Cidade Baixa que freqüentei nos anos 80, o Big Som. Refúgio de artistas, o Marco Antonio, dono do bar e cantor, recebia, normalmente na madrugada, os grandes nomes da música brasileira e internacional que se apresentavam em Porto Alegre. Elis Regina, Baden Powell, Toquinho, Vinicius, Emilio Santiago e tantos outros, passaram por lá e deram a tradicional ‘canja’, para a alegria dos presentes.
No texto do Leo Iolovitch, uma história fantástica e que  retrata muito bem o que eram as noites no Big Som.

Aconteceu na Cidade Baixa

Leo Iolovitch

O tempo passa, os artistas mudam e muitos esquecem, mas Ray Charles apresentou-se em Porto Alegre. Foi em 1995 no contexto de um festival patrocinado pelo cigarro Free. Essa introdução é necessária, pois o que aconteceu é rigorosamente verdadeiro.
Era madrugada, dois amigos meus já estavam encerrando a noitada e, antes de ir para casa, resolveram passar num barzinho que existia na rua Joaquim Nabuco próximo da José do Patrocínio. Desceram do carro e à medida que se aproximaram ouviram música, mas pensaram que era reprodução de fita ou disco.
Entraram no bar e, para espanto total, viram sentado ao piano tocando e cantando, ninguém menos do que Ray Charles.
A cena era inacreditável, não só pelo cantor, mas pelo local. Não era show, não havia couvert artístico e já passava das duas horas da madrugada. O bar estava quase vazio.
Foi o garçom que explicou; disse que Ray Charles estava sem sono e queria tocar piano, mas não havia no hotel, então pediu que o levassem a algum lugar onde pudesse tocar e cantar.
Naquela hora da noite não era fácil achar o que ele queria, e o pessoal do hotel indicou aquele bar; antes telefonaram consultando e pouco depois ele chegou acompanhado apenas do motorista e um assessor, sentou ao piano e começou a tocar. Não quis comer e bebeu apenas água mineral.
Como era tarde, o bar não estava cheio e a maioria dos presentes não entendia muito bem o que estava acontecendo. Ficaram assistindo aquele show maravilhoso entre a incredulidade e o encantamento.
Naquele tempo não havia telefone celular e, portanto, ninguém conseguiu chamar os amigos ou tirar fotos. Durante aquelas duas ou três horas tiveram o privilégio e ouvir o gênio do blues cantando e tocando ao piano.
O episódio leva a entender o verdadeiro espírito de artista, que ama aquilo que faz. Na noite insone do cantor cego a alegria é cantar. E foi isso que fez, e deste modo propiciou uma noite inesquecível para os poucos que puderam lhe assistir.
Assim Ray Charles cantou na Cidade Baixa e quase ninguém da nossa cidade ficou sabendo. A vida é também desse jeito, devemos sempre estar preparados para algo inesperado, como um show privado do maior cantor de soul do mundo na madrugada de Porto Alegre.
Apesar de quase inacreditável isso foi real e conheço a testemunha ocular e auditiva.
O que não se pode ter certeza e talvez seja mesmo lenda, é a história de que um dos freqüentadores do bar, que já tinha bebido demais, resolveu ir embora e, como todo gambá inconveniente, saiu reclamando:

" Isso aqui já foi melhor, hoje trouxeram esse negrão xarope aí, que não tocou nenhuma música nossa e só fica cantando em inglês imitando o Ray Charles. Vou embora".


Manchetes

Nos jornais de hoje




Destaques de jornais brasileiros nesta manhã de quinta-feira, dia 28 de novembro





Inflação e eleição fazem juro voltar a dois dígitos
Para segurar alta de preços e evitar medidas impopulares em 2014, Banco Central eleva taxa básica para 10% ao ano, depois de 20 meses abaixo desse limite. (Zero Hora)

Supremo adia para 2014 votação sobre as perdas na poupança
Plenário decidiu que sustentações terão continuidade, mas julgamento somente em 2014. (O Sul)

Juro sobre de novo e vai a 10%
Copom decide que taxa volta a ter dois dígitos. (Correio do Povo)

STF julgará perdas da poupança só em 2014
Supremo ouviu partes envolvidas; para governo, bancos terão prejuízo de R$ 150 bi. (Jornal do Comércio)

Anatel beneficiou TV de futuro chefe de José Dirceu
O futuro chefe do ex-ministro José Dirceu, o empresário Paulo de Abreu, foi beneficiado nesta semana com uma medida do governo aprovada mesmo contra relatórios elaborados por técnicos. (Folha de São Paulo)

Fraude no metrô: divergências aumentam pressão sobre ministro
O Correio mostrou que o documento em português no qual é feita a denúncia da existência de um cartel dos trens em São Paulo inclui trechos indicando o pagamento de suborno a políticos do PSDB, conteúdo inexistente na versão em inglês. (Correio Braziliense)

Consultor nega ter pago propina a políticos tucanos
Considerado lobista do cartel de trens, Arthur Teixeira desmente ex-diretor da Siemens Everton Rheinheimer. (Estadão)

Contratação de José Dirceu recebe piadas e críticas
Hotel St. Peter recebeu cerca mil e-mails com críticas sobre Dirceu e também pedidos de emprego. (Gazeta do Povo/PR)

Brasil volta a ficar entre os 10 melhores no ranking da FIFA
Seleção aparece em décimo em nova lista da entidade. (O Globo)

Dilma sanciona lei que proíbe cobrança de material escolar

Custos do material de uso coletivo deverão ser considerados no cálculo do valor da anuidade ou da semestralidade.(Diário de Pernambuco)

Comentário

Aumento de juros faz com que 
acordemos um pouco mais pobres

André Machado*

A gente que comemorava tanto a tendência de queda da taxa de juros até outubro do ano passado enfrenta agora o pesadelo de ver a Selic retornar aos dois dígitos. É uma barreira psicológica que foi rompida nesta quarta-feira pelo Comitê de Política Monetária (Copom), mas que nos faz despertar nesta quinta-feira um pouco mais pobres. E a decisão veio um dia depois de protestos das centrais sindicais pela redução do juro de olho num maior crescimento. Em nota a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) classifica o aumento como uma “péssima notícia para o povo brasileiro”. O texto assinado pela CTB aponta a estimativa de que a cada ponto percentual na Selic nossa dívida pública aumenta em R$ 12 bilhões. Isto nos faz acordar hoje devendo mais.

“Em contrapartida, verifica-se o retrocesso da atividade econômica, com redução do consumo e dos investimentos na produção, e novos cortes nos gastos públicos justificados pela necessidade de economizar dinheiro para bancar os serviços da dívida pública (juros e amortizações), cujo peso cresce com a alta da Selic. O pagamento dos juros já consome cerca de 50% do Orçamento da União e o dinheiro destinado aos credores é o mesmo que faz falta na saúde pública, na educação, na Previdência, no transporte e na infraestrutura em geral”, segue a nota.

 

A queixa não vem apenas do lado dos trabalhadores. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) avalia que a nova taxa irá inibir investimentos privados. O aumento de meio ponto percentual também foi criticado pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS) que afirma que a decisão reduz a possibilidade de investimentos produtivos no Rio Grande do Sul. As duas entidades defendem redução dos gastos do governo para diminuir a inflação.
No seu 13º Congresso Nacional, o PCdoB aprovou uma resolução de promover no país “um novo pacto pela produção e pelo trabalho”. Este pacto deve envolver governo, trabalhadores e empresários “comprometidos com a produção nacional”. A garantia de juros mais baixos é uma necessidade. Mesmo quando a Selic estava mais baixa existiam enormes diferenças entre a taxa básica e a praticada pelo mercado. Se com juros maiores o setor financeiro acaba lucrando mais sob a justificativa de controlar a inflação imagine quem perde….

*Jornalista

Bom Dia!

Juro de dois dígitos!
Antes de qualquer coisa, quero deixar bem claro que não domino a questão da economia. Sou quase que totalmente leigo. Sei muito pouco para ficar escrevendo sobre índices da bolsa, política fiscal, coisas do chamado mundo econômico.
Mesmo assim, sei que as coisas não andam bem quando, por exemplo, os juros começam a aumentar. Não tem como não se dar conta que as coisas não andam bem quando, por exemplo, vamos ao supermercado e, de uma semana para outra, compramos os mesmo produtos e pagamos bem mais caro.
Hoje os jornais estão mostrando que os juros subiram novamente e, parecido com o que ocorria em janeiro de 2012, chegam a dois dígitos. A explicação é de que a inflação alta e a proximidade de eleições fizeram com que a taxa básica passe a ser de 10% ao ano a partir de hoje.
Quando vejo os juros chegando aos 10%, lembro dos discursos da presidente Dilma afirmando que uma das principais metas do seu governo era manter os juros baixos. Pois em janeiro de 2013, os juros estavam em 7,25%, subindo de dois em dois meses, praticamente, hoje chegam aos dois dígitos. Segundo o Banco Central que aumento os juros em 0,5% em pouco mais de um mês, “essa decisão contribuirá para colocar a inflação em declínio e assegurar que esta tendência persista no próximo ano”.
Pois é tentando entender o que tenho lido e escutado sobre a alta dos juros, que fico imaginando o quanto um ano eleitoral influi na vida de quem vive da política e tem pretensões em permanecer nela. A mudança comportamental dos candidatos, é clara com a proximidade das eleições. O ano eleitoral tem o dom de abrir cofres públicos, transformar candidatos em amigos íntimos dos eleitores, renovar algumas promessas e esquecer outras.
Todos, certamente, começarão a combater freneticamente a inflação e discursarão nos convencendo que aumentar juros é muito bom para todos. Se bem que, no ano da eleição, duvido que os juros aumentem. Depois dela, bem, aí é outra conversa.  Tudo pode acontecer depois que atingimos juros de dois dígitos.

Pedindo a proteção de Deus, desejo a todos um Bom Dia!