Um consórcio
formado por Petrobras, a anglo-holandesa Shell, a francesa Total, e as chinesas
China National Corporation (CNPC) e China National Offshore Oil Corporation
(CNOOC) venceu nesta segunda o leilão de Libra, realizado no Rio de Janeiro. A
proposta foi a única apresentada e garantiu o repasse mínimo de excedente ao
governo federal, de 41,65% do óleo produzido.
As chinesas
tiveram participação minoritária e ficaram ao todo com 20% de participação no
grupo que explorará a área. Cada empresa ficou com participação de 10% do
consórcio. A Petrobras ficou com 10%, porcentual que se soma à participação
mínima de 30% prevista inicialmente. Com isso, a estatal terá 40% de
participação
no grupo. A
Shell e a Total, cada uma com 20% de participação respectivamente, completam o
grupo vencedor.
O leilão
realizado nesta segunda-feira, 21, o primeiro de uma área do pré-sal, reuniu
menos interessados do que o previsto inicialmente. Após grandes multinacionais
da indústria, tal como a Exxon Mobil, a BP e a Chevron, optarem por não
disputar o leilão, o governo estimou que até quatro consórcios poderiam
apresentar proposta pelo direito de exploração da área. O cenário mais
otimista, contudo, não se confirmou.
Campo de Libra
O gigantesco
campo de 1,5 mil km², situado na bacia de Santos, tem reservas provadas de
entre 8 e 12 bilhões de barris de petróleo. Em cinco anos, sua produção poderá
alcançar um máximo de 1,4 milhão de b/d, segundo as autoridades brasileiras.
Foi o primeiro
leilão de um campo do "pré-sal", as gigantescas jazidas em águas
ultraprofundas brasileiras descobertas a partir de 2007, sob um regime que
concede à Petrobras uma participação obrigatória mínima de 30% na concessão. O
modelo, aprovado em 2010 pelo ex-presidente Luiz Inacio Lula da Silva, busca
que o Estado obtenha mais dinheiro do petróleo para destiná-lo à educação e à
saúde.
Protestos
Um grupo de 200
manifestantes, em sua maioria sindicalistas que denunciam a
"privatização" do setor de petróleo, derrubou na manhã desta
segunda-feira uma barreira de segurança nas imediações do hotel foi realizado o
leilão. Ele foi dispersado pela polícia com gases lacrimogêneos e balas de
borracha.
Pelo menos seis
pessoas ficaram feridas nos confrontos. Cerca de 50 encapuzados arrancaram
tapumes de alumínio de uma construção para utilizar como escudo e lançaram
pedras contra as forças de segurança. Sinais de trânsito foram destruídos e
lixo foi queimado na rua. Dois veículos das redes de televisão Bandeirantes e
Record foram depredados.
Com um carro de
som, um porta-voz dos sindicatos petroleiros dizia que as forças de segurança
lançavam as bombas de gás contras as pessoas erradas. "Deveriam lançá-las
dentro desse hotel, onde se vende o petróleo do país", afirmava. Em meio
aos confrontos, várias pessoas seguiam aproveitando o dia de praia a poucos
metros do hotel, enquanto vários executivos de terno e gravata entravam no
hotel esfregando os olhos devido aos efeitos do gás. (Agência Estado)