Bom Dia!
Quando eu era criança, e já faz muito tempo, a sexta-feira santa
era cercada de um rito especial;. As
pessoas se recolhiam, muitas em meditação e orações, as igrejas colocavam um
manto sobre as imagens dos santos e em tudo se via um absoluto respeito pela
história daquele dia. As emissoras de rádio tocavam apenas musica sacra e as
pessoas, em sua grande maioria, saiam apenas para ir à missa ou, quem sabe,
participar da procissão. O jejum era observado e só se comia peixe.
Não é que hoje o respeito tenha sido deixado de lado, mas que as
coisas mudaram não tenho nenhuma dúvida. Ligue o rádio, para ver. Ou a TV. As
programações seguem normalmente como se fosse um dia comum. Parece que a
sexta-feira santa daquele tempo, hoje é mesmo um dia comum, um feriado, para a
maioria das pessoas.
Neste momento, estou viajando, juntamente com a Ana Helena e com
a Gabriela, para São Gabriel, minha terra natal. Vou visitar meu irmão mais
velho. Seu Dilmar Machado está com quase 82 anos e já não faz mais aqueles
churrascos que fazia em anos passados. Mas conserva o amor pelas coisas do Rio
Grande e, principalmente, pela sua c idade. Me perguntou, quando falamos por
telefone, se deveria me esperar com cerveja
ou com vinho. Sinal de que vamos brindar nossos muitos anos vividos, em
belo estilo.
No sábado, vamos aproveitar para dar um pulo até Rivera e, se o
preço do dólar permitir, trazer alguma coisa de lá. No meu caso, alguns vinhos,
para a Ana e para a Gabi, perfumes, maquiagem, estas coisas que fazem brilhar
os olhos das mulheres.
No caminho, espero ver, como nos meus tempos de guri, pessoas
caminhando pela estrada com ramos de marcela nos braços. É a imagem mais forte
que guardo na memória dos tempos em que sexta-feira santa era um momento de
meditação e respeito.
Desejando a todos uma Páscoa repleta de felicidades, vou deixá-los
com a Sinfonia número 5, composta por Beethoven entre 1802 e 1804. Prometo
voltar na segunda-feira, e desejo a todos um Bom Dia!