Começa a defesa do último réu do mensalão. O advogado Antonio
de Almeida Castro, o Kakay, é chamado para defender Zilmar Fernandes. Ele é o
38º orador do julgamento do mensalão, encerrando a etapa das defesas dos réus.
Kakay diz que foi ele quem indicou a Lula o procurador-geral
da República na época em que assumiu, "o vascaíno Claudio Fonteles",
e presta homenagem a Lula por como conduziu a PRG na época.
Kakay diz que Zilmar Fernandes só quer agora "a
paz" e descreveu Duda Mendonça como "um gênio criativo, que saiu da
Bahia, mas a Bahia nunca saiu dele".
Kakay ressaltou que está dividindo a defesa de Duda Mendonça
e Zilmar Fernandes com o colega Luciano Feldens, que falou antes dele. Isso
porque as acusações do Ministério Público contra os dois acusados os trataram
como uma pessoa só. Feldens falou oficialmente por Zilmar, mas também falou em
nome de Duda, citando o publicitário várias vezes na tribuna.
Para Kakay, Duda e Zilmar não estão inseridos "em
nenhuma das circunstâncias do mensalão". "Eles não deveriam
estar neste processo, tinham um contrato com o PT, efetuaram o trabalho,
passaram a ter direito a um crédito lícito. Não eram agentes públicos, não
tinham nenhuma relação com votações, com o Congresso", acrescenta.
Kakay rebateu a acusação do
Ministério Público de que o publicitário Duda Mendonça teria aberto uma conta
em um paraíso fiscal para lavar dinheiro. Segundo o advogado, a conta corrente
aberta pelo marqueteiro teria sido aberta nos EUA. “Classificar os Estados
Unidos de paraíso fiscal é um excesso”, afirmou.
Kakay conclui a exposição oral. Ayres Britto suspende a
sessão por 30 minutos.